Por que Facebook e Google são proibidos na China

Facebook e Google são duas das maiores plataformas de Internet do mundo que são há muito tempo símbolos da globalização e da liberdade de expressão. No entanto, na China, esses serviços são proibidos e seu uso é limitado aos usuários comuns. As razões para este bloqueio estão profundamente relacionadas com o controle governamental da Internet, a censura e a política das autoridades chinesas para garantir a estabilidade e manter o controle do fluxo de informação. Neste artigo, explicaremos por que o Facebook e o Google não podem operar na China, as restrições que a legislação chinesa impõe às plataformas de Internet e o que é oferecido como alternativa.

1. Contexto Histórico: Início do bloqueio

1.1 Bloqueio do Google na China

O Google foi o primeiro grande gigante ocidental da Internet a enfrentar problemas na China. Em 2006, o Google decidiu localizar seus serviços para a China, criando um Google.cn que respeitava as exigências do governo chinês para censurar o conteúdo. No entanto, em 2010, após uma série de ataques cibernéticos e acusações de violação de privacidade de dados, o Google decidiu fechar o Google.cn e redirecionar os usuários chineses para uma versão global que não era possível contornar a censura.

- Em resposta, o governo chinês aumentou a censura e bloqueou o acesso aos serviços básicos do Google, incluindo Gmail, YouTube e Google Search.

1.2 Bloquear o Facebook

O Facebook foi bloqueado na China em 2009 após relatos de violência em Xinjiang. Estes eventos causaram restrições ao acesso a redes sociais e sistemas de busca que podem afetar o sentimento público no país.

- O Facebook não conseguiu se adaptar às exigências das autoridades chinesas, que exigem a censura do conteúdo e o controle da atividade do usuário, o que levou ao seu bloqueio total no território chinês.

2. Razões para banir Facebook e Google na China

2.1 Controle político e censura de conteúdo

Uma das principais razões para bloquear o Facebook e o Google é a exigência das autoridades chinesas de controlar informações que estão disponíveis para os usuários internamente. A China regula fortemente a censura na Internet e garante que os usuários não tenham acesso a material antipolítico, críticas ao governo ou temas proibidos.

- Ao contrário das plataformas ocidentais que oferecem liberdade de expressão, as autoridades chinesas exigem que as empresas removam tudo o que possa ameaçar a estabilidade política ou contrariar os interesses do Estado. Plataformas como Google e Facebook não podem obedecer a estas regras rigorosas, o que leva a bloqueá-las.

2.2 Proteger o mercado interno e desenvolver alternativas locais

O governo chinês apoia ativamente empresas locais de Internet, como Baidu, Tencent e Alibaba, que fornecem serviços similares e são controlados por autoridades internas. Estas empresas são obrigadas a cumprir as regras da censura e muitas vezes servem de ferramenta para o controle do governo.

- O bloqueio de Facebook e Google abriu caminho para gigantes locais e permitiu a criação de plataformas ocidentais similares chinesas, como WeChat, Baidu e Cogou, que não apenas fornecem serviços populares de Internet, mas também permitem monitorar informações e interações dos usuários.

3. O papel da censura e controle de dados na China

3.1 Restrições à liberdade de expressão

A proibição do Facebook e do Google também faz parte de uma estratégia mais ampla do governo chinês para limitar a liberdade de expressão na Internet. As autoridades chinesas estão implementando um sistema de monitoramento e censura para impedir a disseminação de conteúdos politicamente sensíveis, incluindo críticas ao governo, ideias democráticas ou factos que violem a versão oficial da história.

- A Internet da China tem regras rígidas que bloqueiam o acesso às plataformas, permitindo que o governo mantenha o controle da informação e impeça possíveis ameaças à estabilidade política.

3.2 Acesso a dados pessoais

Outro aspecto importante é a questão da privacidade dos dados. A China exige que as empresas que operam em seu território tenham acesso aos dados dos usuários e os obriga a armazenar informações no país. Isto é particularmente importante para as empresas de Internet que fornecem serviços como buscas ou mensagens.

- Google e Facebook não conseguiam satisfazer as exigências da China de transferir dados e censurar conteúdo, o que foi uma das razões para bloqueá-los no país.

4. Quais são as alternativas oferecidas pelas empresas chinesas?

4.1 Baidu - equivalente ao Google

Baidu é o maior motor de busca da China, que ocupa a liderança do mercado interno. Baidu fornece serviços semelhantes ao Google, incluindo busca, mapeamento, vídeo e notícias, enquanto cumpre rigorosamente as exigências de censura e monitoramento de conteúdo das autoridades chinesas.

4.2 WeChat - equivalente ao Facebook

WeChat não é apenas um serviço de mensagens, mas também uma rede social que ocupa um lugar fundamental na vida dos chineses. Inclui mensagens instantâneas, sistemas de pagamento, notícias, entretenimento e negócios. Ao contrário do Facebook, a WeChat é fortemente censurada e controlada pelas autoridades chinesas.

4.3 Alipay e WeChat Pay - alternativas Google Pay

Alipay e WeChat Pay são os principais sistemas de pagamento na China que fornecem pagamentos móveis e e-commerce. Estas plataformas oferecem as mesmas possibilidades do Google Pay, mas funcionam dentro do ecossistema digital chinês e são suportadas por exigências governamentais.

Conclusão

A proibição de Facebook e Google na China é parte de uma estratégia mais ampla do governo chinês para controlar o espaço de Internet e monitorar os dados dos usuários. As autoridades chinesas apoiam ativamente empresas locais de Internet, como Baidu, WeChat e Alibaba, que fornecem serviços semelhantes aos serviços ocidentais, mas cumprem exigências rigorosas de censura e controle governamental. Estas medidas visam garantir a estabilidade e prevenir ameaças à ordem política, tornando a Internet chinesa um ecossistema único com deficiência para plataformas globais.